Melancolia
para os piores momentos da vida, em um lindo dia de sol. Goodbye, sunshine!
Adeus sem choro nem velas, sem nenhuma palavra. Tudo assim, avesso, errado.
Feito eu. Que ainda não sei se fui feita de pão ou vinho, mas certamente não sou
de algodão-doce, maçã do amor ou sexo frágil. Já ele era o exato oposto.
Nesses
últimos meses, vivemos anos. Trocamos ofensas e carinhos na mesma moeda. E
momentos de certeza. Daquela certeza que apenas os apaixonados possuem, numa pretensão
esquizofrênica do amor, do “dois contra o mundo”, do “para todo o sempre”. Perdemo-nos
incansáveis vezes e lutamos por nós, também, em vezes incansáveis. Assim que é
o triste reco-reco da rotina, no sagão ou na sala de estar. Na cama melhorava e
era ali o único momento gêmeo de nós.
Não
tínhamos música ou filmes. Apenas cobertores e resolvia. Éramos razoavelmente
bonitos numa foto. Até que fomos engolidos por outras promessas, outros vícios.
Morremos enredados na nossa própria miséria, nossa posse mesquinha. Pedimos socorro,
mas já estávamos em naufrágio. Too late, too late. E lá se vai o último
suspiro.
Goodbye,
Sunshine!